Equipe da McLaren comenta sobre as expectativas para o E-Prix de São Paulo
- Beatriz Barbosa
- 14 de mar. de 2024
- 5 min de leitura
Nas vésperas do E-Prix de São Paulo, os pilotos da NEOM McLaren, Sam Bird e Jake Hughes, junto com o chefe de equipe Ian James, receberam a imprensa na sede da McLaren São Paulo

O Entre Fórmulas esteve presente no evento e você confere agora a visão da equipe sobre a segunda edição do E-Prix de São Paulo, expectativas para o futuro da McLaren na categoria elétrica e mais.
Sam Bird e Jake Hughes comentam a história de sucesso entre McLaren e Brasil
Ao pensar na história do automobilismo, é impossível que ao longo da reflexão não se chegue ao nome Ayrton Senna, mesmo que por alguns instantes. Inspiração para pilotos do presente e passado, Senna elevou a relação do brasileiro com a Fórmula 1 e acima de tudo, fez do laranja da McLaren o combustível da paixão brasileira, sentimento esse que prevalece até hoje.
Pensando nesse retrospecto, que ultrapassa as barreiras da Fórmula 1 e chega até a Fórmula E e além, a equipe recebeu o carinho da torcida brasileira ao longo da etapa de 2023 e a tendência é que o feito se repita no Anhembi no próximo fim de semana.
“Aqui é a origem do Senna e essa é a conexão com a McLaren, é algo que todos somos apaixonados. Minha carreira começou na McLaren, há pouco mais de 20 anos. E estar aqui com essa conexão, com essa paixão, é um prazer. Nós vamos e temos o privilégio de ir para algumas das cidades mais icônicas do mundo. E o que eu gosto sobre a McLaren é que a atmosfera é diferente em todos os locais.” comentou Sam Bird.
Jake Hughes também comentou sobre essa relação e de como depois de mais velho passou a entender também a importância de Senna para o Brasil, ainda mais depois de ter vindo ao país pela primeira vez em 2023.
“A relação entre Ayrton e McLaren é algo especial, certo? Eu acho que eu não fui afortunado de estar aqui para assistir a Ayrton correr, mas você cresce, você assiste a Fórmula 1 e você realmente compreende o que isso significava e o que ele representava para o Brasil. Estar aqui e estar correndo para a McLaren, em São Paulo, no Brasil, diante de vocês todos que possuem essa relação especial, é algo que eu sempre vou me lembrar.”
Expectativas para a corrida de São Paulo e evolução da McLaren
Um dos temas de maior destaque ao longo da coletiva foram as expectativas para a corrida no Brasil, além da evolução da NEOM McLaren após um ano.
Ian James, chefe da equipe, ressaltou que além de 2023 ser o primeiro ano da equipe na Fórmula E, também foi o primeiro ano da nova geração de carros da categoria.

Ian James, Sam Bird e Jake Hughes na sede da McLaren São Paulo
(Foto: Fernanda Freixosa/ McLaren Brasil)
“Se eu for honesto, como time, demoramos mais do que gostaríamos para obter bons desempenhos com o novo carro. Mas uma coisa que nós estamos bem preparados como time é analisar todos os dados, para realmente entender onde estão nossos pontos fracos e então trabalhar neles.”
Ian James também ressaltou a importância da chegada de Sam Bird para a equipe, trazendo toda sua experiência na categoria para ajudar a equipe a entender os pontos onde podem evoluir. Destacando que essas mudanças já foram perceptíveis até esse momento da temporada.
“Nós flertamos com alguns pódios até agora, mas eu tenho certeza de que nós vamos tomar esse próximo passo e conseguir pódios conforme avançamos. E esse é certamente o nosso objetivo neste final de semana.”
Sam Bird ressaltou a vontade de repetir o feito de 2023, onde ele completou o pódio cruzando a linha de chegada em terceiro, quando guiava o carro da Jaguar cujo trem de força dominou a corrida de estreia de São Paulo na Fórmula E.
Jake Hughes ressaltou o desejo de conseguir uma ótima pontuação e quiçá brigar por um pódio, relembrando que gostou de faturar alguns pontos na corrida do Brasil em seu primeiro ano na Fórmula E.
“Esse vai ser o objetivo deste fim de semana. Para a corrida em si, acredito que será uma corrida muito emocionante. Estamos esperando bastante ultrapassagens, então, da nossa perspectiva, vamos tentar fazer uma corrida ainda mais forte”, disse.
Parceria da McLaren com a Nissan
Questionado sobre a parceria da McLaren com a Nissan, fornecedora do trem de força para o time papaya, Ian James ressaltou que a relação com a marca japonesa é muito forte, além de comentar de que após a escolha do fabricante com o qual se irá trabalhar, é quase impossível saber o que eles irão fazer em relação a performance inicial.
“Eu senti que eles vão ser muito mais colaborativos e eu ainda acho que esse é o ponto. Essa colaboração vai ser absolutamente importante para alcançar mais performance e, obviamente, nós teremos outra oportunidade quando chegarmos na próxima temporada para os últimos dois anos do Gen 3, com o Gen 3.5”, completou o chefe de equipe.

James, Bird e Hughes falando sobre suas experiências no Brasil
(Foto: Fernanda Freixosa/ McLaren Brasil)
Presente e futuro do Modo de Ataque
Na reta final da coletiva de imprensa, Jake Hughes foi questionado pelo Entre Fórmulas sobre a função Modo Ataque, se ele acredita que possa haver melhoras a partir da próxima temporada, - onde as equipes poderão trazer novas atualizações para o carro, que vem sendo chamado de “Gen 3.5”, por ser uma versão melhorada do Gen 3 - e se ele acredita que com o sucesso da recarga rápida nas corridas, o Modo Ataque possa acabar.
Hughes destacou como o uso do Modo Ataque é interessante na era do Gen3, porque apesar de atualmente os carros atingirem uma potência maior do que no Gen2 (saíram de um ganho entre 35kW e 50kW para 300kW a 350kW), a diferença percentual não é muito diferente do que o ocorria na geração passada de carros. Assim, resultando em um salto de poder abaixo do esperado.
O britânico também destacou o fator dos pneus mais duros usados pela Fórmula E atualmente, o que resulta em mais dificuldades para reduzir a potência. Ressaltando que nessas condições, o sentimento é que os pilotos não conseguem usar o poder do modo de ataque com a eficiência que se era esperada, mas que ainda assim é uma ferramenta estratégica para as equipes.
Sobre a recarga nas corridas, Hughes comentou que acredita que será implementado no momento certo, quando todos os testes estiverem concluídos.
“Da minha parte, acho que gosto da ideia de fazer um pit stop. Você sabe, eu vim de uma série de corridas como a Fórmula 2, anteriormente, onde tínhamos um pit stop. Então, gosto da ideia de que poderíamos adicionar um pit stop à corrida novamente, o que também estaria promovendo algumas novas tecnologias, como o carregamento rápido.”
Atualmente, Jake Hughes é o décimo colocado no campeonato da Fórmula E, com 18 pontos, seis a mais que Sam Bird, que ocupa o décimo segundo lugar da tabela.
O E-Prix de São Paulo acontece neste sábado (16), no Sambódromo do Anhembi. Os portões se abrem as 06h30 da manhã e a corrida está marcada para às 14h00.
Commenti