Fórmula E: Mudança no Modo Ataque e adiamento da recarga rápida
Equipes terão um pouco mais de liberdade na utilização do modo ataque e a recarga rápida deverá ser adiada para 2024
A nova temporada da Fórmula E começa em janeiro de 2023 e algumas mudanças serão implementadas. Muito foi falado sobre o fim do fanboost e as modificações do modo ataque, entretanto, a inserção da recarga rápida deverá ser adiada para a temporada de 2024.
Agora, o foco é testar a nova forma de se utilizar o modo ataque.
Com a pré-temporada, que acontece agora em dezembro em Valência, as equipes poderão realizar testes simulando uma corrida completa.
No novo sistema do modo ataque, os pilotos terão quatro minutos que serão acionados em duas oportunidades ao longo da corrida, ou seja, esses 4 minutos serão divididos em dois e fica a critério das equipes decidirem como isso será feito.
As opções são: ativações de 2+2 minutos, 1+3 minutos ou 3+1 minuto.
Isso deve mexer nas estratégias das equipes ao longo das etapas do campeonato, já que cada uma vai dividir seus 4 minutos de acordo com a sua necessidade durante a disputa.
A decisão de serem duas ativações divididas desse modo, partiu de uma análise feita em relação a temporada de 2022, onde as equipes sabiam uma hora antes da corrida sobre a duração do modo ataque, que variava na quantidade de minutos disponíveis e quantas ativações podiam ser feitas, mas em grande parte dos eventos as equipes faziam duas ativações com duração total de 4 minutos. Por isso, a Fórmula E decidiu manter esse padrão e permitir que as equipes tenham um pouco mais de liberdade na decisão de como dividir esse tempo.
Com o fim do fanboost, que dava uma potência extra aos cinco pilotos mais votados pelo público, o modo ataque se torna a única opção de mais energia ao longo da corrida. Há um consenso entre os organizadores da Fórmula E e as equipes sobre a eficiência do mesmo - desde que fez a sua estreia em 2018 - e de como mudou a dinâmica das corridas positivamente.
Mitch Evans nos boxes da Jaguar no E-Prix de Seul em 2022 (foto: FIA Formula E)
“Eu acho que é um momento estratégico da corrida e é importante mantê-lo, justamente, porque proporciona todos os elementos que a gente busca que são carros ultrapassando carros. No fim do dia (o novo formato do modo ataque) vai estar entregando a mesma emoção e um pensamento estratégico mais afiado, porque saber quando ativá-lo será crucial”, comenta Tommaso Volpe, chefe de equipe da Nissan.
O atual vice-campeão da Fórmula E e piloto da Jaguar, Mitch Evans, falou a respeito da utilização do modo ataque e de como a estratégia certa depende de fatores como colocação do piloto, sensibilidade de potência na pista e a perda de tempo durante a ativação.
“Como equipe, nós fazemos diversas simulações sobre o que eles (engenheiros) acham que é o ideal. Mas nós iremos provavelmente fazer todas as simulações do mundo e quando chegar na corrida, teremos que mudar tudo, porém, essa é apenas a natureza do automobilismo”, disse Evans.
Mitch também espera que o modo ataque siga sendo eficaz, porque foi uma grande adição ao campeonato e no modo de se executar as estratégias.
“Sempre queremos proporcionar boas corridas e é isso que tem acontecido comigo nos últimos anos, então, eu espero que isso continue”, afirmou.
Stoffel e Mitch durante sessão de fotos da Fórmula E em Nova York (foto: FIA Fórmula E)
Stoffel Vandoorne, atual campeão da Fórmula E, também falou sobre o novo formato de utilização do modo ataque e se mostra otimista, mesmo que ele já tenha tido problemas com a não ativação do modo ataque por não ter passado por cima dos sensores com o carro na etapa de Diriyah em 2022.
“Tenho certeza que após as primeiras corridas, quando todos tiverem mais experiência com esse formato, ele evoluirá bastante. É um pouco da beleza da Fórmula E que você entra em uma temporada sem saber exatamente como vai dar certo. Tudo o que podemos dizer é que estamos trabalhando muito e, com sorte, faremos o nosso trabalho um pouco melhor do que as outras equipes”, disse.
Enquanto o modo ataque e o seu novo formato é algo certo, a recarga rápida - chamada de Attack Charge pela categoria - é uma dúvida.
Especulava-se que seria testado durante o E-Prix de Mônaco em 2023, porém, para muitos ficará para 2024, já que a maioria das equipes acredita que usar isso no meio da temporada não seria o correto.
Há muitas coisas que as equipes e pilotos precisam lidar em relação ao Gen3 antes que o Attack Charge aconteça e com o pouco tempo disponível para que tudo seja aperfeiçoado, erros e problemas devem acontecer no meio do caminho, por isso, não parece lógico adicionar mais uma coisa quando o que se tem no momento ainda não foi ajustado.
Faz mais sentido deixar que todos se adaptem ao Gen3, a nova velocidade dos carros e o desempenho em pista, as estratégias com a nova forma de utilização do modo ataque, para que em 2024, com a recarga rápida já aprimorada e a nova tecnologia devidamente testada, possa se introduzir o novo pit stop nas corridas.
Comments