Jaguar e Nissan são punidas por estourar o teto orçamentário da Fórmula E
Por exceder limite de gastos, Jaguar e Nissan foram punidas com multa financeira e redução de tempo em pista nos testes de pré-temporada
Na última semana, foi divulgado pela imprensa internacional que Jaguar e Nissan, ultrapassaram o teto de gastos referente a temporada de 2023, ano que a Fórmula E passou a adotar completamente um limite financeiro pré-estabelecido para as equipes do grid.
Segundo o que ficou definido pela FIA, dentro da Fórmula E as equipes tem um orçamento de 13 milhões de euros por temporada, sendo que qualquer excedente desse valor é passível de punição e as penalidades variam de acordo com o quanto foi gasto a mais pelos times.
De acordo com o que foi averiguado, uma das punições para ambas as equipes foi perder metade do primeiro dia dos testes de pré-temporada, que acontece em novembro em Valência, Espanha. Com isso, no primeiro dia de ação em pista, Jaguar e Nissan só vão poder acessar o Circuito Ricardo Tormo no período da tarde.
Uma multa financeira também foi aplicada, só que nesse caso, os valores diferem-se já que aparentemente a Nissan estourou o teto orçamentário mais do que a Jaguar. Portanto, a equipe japonesa terá que desembolsar 300 mil euros por ter excedido 2% do limite e a Jaguar foi multada em 100 mil euros por ter passado o valor total em 0,6%.
Ambas as equipes tiveram que assinar um termo da FIA chamado de Accepted Breach Agreement (Acordo de Violação Aceito - em tradução livre), um procedimento que também foi utilizado quando a Red Bull Racing excedeu o teto de gastos da Fórmula 1 em 2022.
Em declaração emitida pela FIA foi dito que "as equipes agiram cooperativamente durante todo o processo de revisão e procuraram fornecer informações e evidências adicionais quando solicitadas em tempo hábil", que 2023 foi o primeiro ano da aplicação total dos regulamentos financeiros e que "não há nenhuma acusação ou evidência agravante de que elas (equipes) tentaram em algum momento agir de má-fé, desonestamente ou de forma fraudulenta".
A Nissan veio a público informar que parte do mal entendido aconteceu devido as mudanças organizacionais que estavam acontecendo internamente, onde com o desligamento da parceria de longa data com a e.dams, a Nissan passou a ter que administrar tudo sozinha em 2023, o que acabou sendo um período bastante turbulento.
A Jaguar recentemente anunciou a contratação de um analista de limite de custos para se juntar ao seu departamento de contas e também divulgou uma nota com a seguinte informação:
"Após consulta à FIA, acreditamos que se tivéssemos feito o registro corretamente, estaríamos em total conformidade com o limite de custos das equipes e a pequena violação de gasto não teria ocorrido. Devido a esses erros processuais não intencionais, ficamos em uma posição de gastos excessivos muito pequena. Em nenhum momento buscamos ou obtivemos uma vantagem técnica ou esportiva, como pode ser visto e confirmado pela conclusão da análise feita em relação ao limite de custos. Continuaremos a trabalhar de acordo com a FIA no desenvolvimento e na aplicação do limite de custos e no melhor interesse da Fórmula E – o auge das corridas elétricas."
Entende-se que o erro da Jaguar aconteceu por conta de um membro sênior do time, que registrou um item do carro como parte do custo da equipe, quando deveria ter sido registrado como um item do fabricante.
A FIA demorou 1 ano para surgir com a penalidade, algo que foi alvo de críticas já que as equipes esperam que esse retorno seja mais rápido e efetivo. Agora, a situação deixou todos em alerta, porque punições referentes a temporada de 2024 também podem acontecer em breve.
O que se espera é que a Fórmula E e a FIA usem essa situação como exemplo para que as auditorias aconteçam mais cedo, assim, as equipes podem receber as suas possíveis punições e também obter o retorno da análise feita em cima de toda a documentação que encaminham sobre os gastos realizados.
Comments